2007/02/02

Carros chineses

A hipótese de Portugal poder vir a construir os económicos carros chineses ganhou ontem um importante avanço durante a visita de José Sócrates à China. A revelação foi feita por Basílio Horta, embaixador português junto da OCDE, que foi contactado por um dos maiores industriais do sector automóvel chinês. “Eles querem entrar na Europa e disseram que têm Portugal na agenda.”
(“Correio da Manhã” 2/02/2007)

A importância desta notícia não pode passar despercebida pela dimensão ortorrômbica e tridimensional da mesma.
Senão, vejamos: Os “chinocas” fabricam uns carros dos quais nunca ninguém ouviu falar e muito menos viu sequer, apesar de não ser difícil imaginá-los.
Assim, um carro chinês deve ter, pelo menos, três rodas para se manter de pé. Terá, também, um volante, uns sacos para guardar o arroz, umas luzes fluorescentes porque é muita giro e, em vez da tradicional buzina de um ou dois tons, terá um apito polifónico com uma canção do Emanuel para afugentar os peões incautos que se atrevam a colocar-se na sua frente. Claro está, acessórios todos em plástico fininho, daquele que se parte em lascas para personalizar a imagem de marca.
Quanto às dimensões, os carros serão fabricados para condutores atarracados, porque o espaço nas cidades é curto, e há que poupar nas medidas.
Os preços irão variar entre os 3 € nas versões base até aos 37 € nos topos de gama mais sofisticados, já com direito a travão e acelerador, também em plástico.
Todas as versões vêm equipadas com balões coloridos a que os chineses chamam muito apropriadamente “airbags”, e que servem para os condutores os irem enchendo à medida que o tempo passa nas filas de trânsito das nossas cidades.
Estejam atentos ao lançamento das viaturas. Eu quero ser o primeiro a possuir um carro chinês para ajudar o nosso governo na concretização de mais uma brilhante ideia.

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