2007/01/30

Windows Vista

O meu amigo Bill Gaitas não foi de modas. Mandou as lojas abrirem à meia noite, pôs o Simãozinho a autografar o Windows e o Office, e vai daí, toca a encher - uma vez mais - a carteirita.
É normal sob o ponto de vista de marketing, organizar uma acção deste tipo - dizem vocês. Tudo bem, até concordo, mas pôr o nome "Vista" a uma coisa já mais que vista, e "2007" ao Office - o meu calendário também não é mentiroso - é de uma genialidade confrangedora.
O pior disto tudo é que as lojas abriram, os parvos foram a correr comprar, mas a Microsoft anuncia que estes produtos só estarão disponíveis na nossa língua Pátria, a partir de meados de Fevereiro.
Ó Billzinho, pá! Continuas a aldrabar a malta.
Bem hajam os pobretanas que desenvolvem o "Linux" de borla, e mesmo assim, quando saem novas versõs dos desenvolvedores mais conceituados, o português é uma das línguas prioritárias.
Bill Gaitas, amigalhaço do peito, a vida não é só ganhar fortunas à custa dos incautos ... é também manter a dignidade, a seriedade e o respeito.
Abraço a todos.

2007/01/29

O Aborto

Ainda me recordo do dia em que nasci. Era um sábado solarengo em plena Primavera, o que, mal abri os olhos, me sossegou perante aquele esplendor de luz, cheiro a flores e um ar morno.
Lá me entretive a apreciar a natureza até que o meu pai, olhando para mim, exclamou: "Que horror!". No meu íntimo pensei: "Devo ser um aborto". De facto, não era, mas ainda hoje sou parecido com o equivalente.
Ao longo dos anos, fui reparando que as miudas olhavam para mim de forma estranha, umas com desdém, outras, mais emotivas, com desmaios sonoros e quedas aparatosas. O meu pai decidiu fazer um seguro contra todos os riscos, porque as contas do Hospital começavam a amedrontar.
Mais tarde, houve uma que teve pena de mim, e lá me casei com ela. Coitada, era das que desmaiavam, e acabou por fugir a sete pés, antes que lhe desse uma coisinha má.
A partir daí, tudo voltou ao normal ... a Primavera continua, o cheiro a flores também, e o aborto em vias de ser legalizado.
Por isso, sou a favor do aborto. Ou seja, sou a favor de mim mesmo. Vou votar sim, porque devem existir abortos com qualidade, tal e qual como eu.
Sejam felizes.

2007/01/27

A Teoria da Batata

Um dia destes, debruçado sobre o jornal que lia na sanita, ao ler uma notícia sobre o desenvolvimento agrícola no mundo ocidental, bailou na minha cabeça uma pergunta: "E se as batatas falassem?".
Entusiasmado com a ideia, dirigi-me ao Ministério das Batatas e Afins, onde solicitei toda a informação disponível sobre o assunto.
Fui recebido pela Sra. Ministra das Batatas - que, por sinal, é a favor do aborto batatal - , que me sugeriu uma parceria bastante vantajosa: eu punha as batatas a falar, registava a patente, exportava batatas falantes para todo o mundo e arredores, e oferecia à Ministra 30% dos lucros anuais durante 50 anos.
Achei normal ... afinal as ministras ganham tão pouco, têm reformas de míséria, filhos para sustentar, e aceitei.
Deitei mãos à obra. Depois de muitas peripécias, eis que acontece o milagre: Uma batata decidiu chamar-me "papá". Passei a ser conhecido por "pai da batata".
Mais tarde, outra batata já dizia "papá" e mamã". Então, decidi contar a um amigo próximo o que estava a suceder, ao que ele respondeu:
- As tua batatas dizem "papá" e mamã"? Isso não é nada comparado com um garrafão de plástico que tenho lá em casa e que diz "Água de Luso"!
Lá foi a experiência para o esgoto, a Ministra, inconsolável, demitiu-se e agora é uma pobre coitada gestora de uma empresa pública.
Eu continuo a ler o jornal na retrete.

2007/01/26

Diz Curso

Depois de longos e insanos trabalhos, durante os quais discorremos sobre todas as matérias, desde a constituição do esqueleto de um mosquito, com uns ligeiros retoques nas florestas tropicais, até à técnica da construção de barragens, pindálicas e sofoséticas, nos rios de pequeno caudal que vão desaguar ao Mar das Campainhas, estamos aptos a dar uma visão rápida, supersónica, aerodinâmica e sputnikiana, de todos os perigos, paralelipipóides e escafândricos, que se nos depararam ameaçadores e apopléticos, neste longo peregrinar, com as folhas sujas, porcas, sebentas e indigestas dos velhos compêndios sobre a Teoria do Calhau, da autoria de Kagha Novitsch.
As afaganosidades agapálgicas da vida, aliadas às simbiências absélicas, que tantas vezes conflituaram na alarmidões dos Cógulos, deram como consequência lógica que os Trifinos melancólicos, obliterados pelas dito-mencionadas afaganosidades agapálgicas, reduzissem consideràvelmente os perigos da arruinástria no vasto campo brutageolófilo.
Aliás que assim não fosse, nada há tão certo como realmente, porque mais vale o Homem todavia nunca, do que ainda assim, sem comparação jamais.
A não ser que se empregue a velha fórmula esquizofrénica, com mistos de alternância concentrada e persistente: "Aliás que assim não seja, não só por isso, mas também porque assim mesmo".
Tenho dito.

2007/01/25

Rolas

- Cumpádri, axa kuma rola é uma ávi ou um marmífaro?
- Nã sê, cumpádri ...
- Atã nã se vê logu ké uma ávi?
- Tem razã, cumpádri ... até tanhu uma rola ke se chama Maria .... é a ave Maria!